domingo, 12 de junho de 2011

Mochilas





Existem três coisas essenciais que precisamos saber em relação à mochilas de camping: como escolher, como organizar, como regular e como cuidar de sua mochila.
Hoje começamos uma série sobre esse tema, dividida em três postagens. A primeira vai tratar sobre pontos importantes que devemos observar ao escolher nossa mochila de camping.

A escolha da mochila certa exige atenção. A mochila ideal é aquela que mais se adequa às suas atividades e à sua estrutura física. A primeira característica que deve ser observada é o tamanho e a segunda são os detalhes técnicos da mochila.
  • Tamanho
O tamanho de uma mochila é determinado pela sua capacidade em litros. Isso sempre soa muito abstrato para quem está pouco familiarizado com o assunto e pode não significar absolutamente nada para quem está comprando sua primeira mochila. As mochilas pequenas, de uso diário, têm capacidade entre 10 e 40 litros. Elas são uma boa alternativa para um dia de caminhada ou pedalada. A capacidade das mochilas médias varia de 40 a 60 litros, são chamadas mochilas de uso misto, e as grandes tem capacidade entre 60 e 90 e são chamadas cargueiras.

Para escolher o tamanho da mochila, pense antes o tipo de atividade que você vai praticar. O mais razoável é que uma mochila de fim de semana, para uma atividade como o excursionismo, tenha um tamanho que oscile entre os 55 até 75 litros, sendo que para crianças devemos diminuir esse tamanho para volumes entre 35 e 60 litros. Caso você escolha uma capacidade inferior à necessária, acabará sendo obrigado a transportar bens pelo lado de fora da mochila, o que muitas vezes acaba se transformando num transtorno, principalmente em caminhadas em meio a vegetação mais densa. Por sua vez, escolher mochilas com capacidade superior farão com que se possa transportar muitas coisas, algumas delas extremamente desnecessárias, o que resultará em fadiga e desequilíbrio ao usuário, podendo causar acidentes. 

Portanto a norma geral demanda que se deve realizar uma previsão correta do volume e peso a transportar e, uma vez estudado o que vai se colocar na mochila, escolher uma com capacidade justa, ou inclusive menor, para acostumar-se a levar só o imprescindível, descartando carregar uma grande quantidade de roupa para trocar ou aqueles acessórios que nunca se usam.

Outro ponto importante, mais até do que a quantidade de equipamento que você pretende carregar, é saber o que se agüenta carregar! Lembre-se que uma pessoa acostumada a trilhas e que esteja bem preparada fisicamente deverá carregar, no máximo, 1/3 de seu peso. Pouco preparo? Diminua para ¼. Sem preparo ou nenhuma experiência? 1/5 e não se fala mais nisso!

Os detalhes técnicos que vamos falar agora são para mochilas cargueiras, mas os principais podem e devem ser aplicados para mochilas de uso misto.




Principais características de uma boa mochila cargueira:
  • Barrigueira
É aqui que o peso principal da mochila será aliviado, sobre seu quadril, sendo assim escolher uma mochila com a barrigueira fina demais, curta ou mesmo longa demais ou com um ajuste ruim pode arruinar a sua viagem ou trilha. Ao vestir a mochila na loja, principalmente se você for magro(a), peça ao vendedor para enche-la com alguma coisa – sacos de dormir são ótimos pra isso – assim você poderá testar o ajuste da barrigueira e saber se ela fecha bem ou se machuca quando a mochila tem alguma carga. Além do ajuste frontal da barrigueira uma boa mochila tem também um ajuste entre a barrigueira e a mochila em si, esse ajuste também deve ser verificado na compra e é importante para uma boa dispersão do peso.
  • Divisão para saco de dormir e abertura frontal


A divisão para o saco de dormir existe na maioria das mochilas cargueiras, contudo em algumas mochilas chamadas de “alpinas” essa abertura não existe. Caso sua mochila tenha uma abertura frontal grande, a divisão para o saco de dormir não fará tanta falta, porém se a sua mochila não tiver uma boa abertura frontal e não tiver abertura para o saco de dormir vai ser muito ruim para remover os itens que estão mais no fundo.

A abertura frontal é, na visão de muitos, uma obrigatoriedade em qualquer boa cargueira atual. É muito bom poder pegar algum objeto durante uma viagem ou trilha sem ter que abrir a mochila por cima. Esse é um item que, com certeza, merece destaque como diferencial na compra de uma cargueira. Se eu tiver que escolher entre duas mochilas, uma mais cara com abertura frontal e uma mais barata sem abertura eu fico com a mais cara, sem pensar muito.


Na parte de dentro de algumas mochilas a divisão do saco de dormir tem um ziper que permite separar o interior da mochila em duas partes, uma acima da divisão do saco de dormir e a outra sendo a própria área do saco de dormir, coisa muito útil em algumas situações.
  • Fitas de compressão laterais
Essas fitas laterais tem duas funções, comprimir o conteúdo da mochila e prender alguma coisa que vai do lado de fora da mochila, como o isolante térmico ou mesmo uma corda.
  • Bolsos laterais e porta garrafas
Os porta garrafa não são considerados fundamentais. Os bolsos laterais, quando bem espaçosos, são muito mais interessantes que os porta garrafas, principalmente por que é possível carregar em um desses bolsos uma bolsa de água, um camelback, e assim dispensar o uso das garrafas e ainda facilitar a ingestão de água durante o percurso.
  • Regulagem de altura das alças
As cargueiras são mochilas que transportam muito peso por isso mesmo o ajuste de altura das alças é um item fundamental para que o peso na mochila não prejudique a coluna do usuário. Uma boa mochila deve ter algum ajuste para permitir que a altura dela se adapte ao corpo do usuário, uma mochila com alças fixas pode se transformar em um problema e um grande desconforto durante uma caminhada maior.
  • Alças e costado acolchoados
Por mais que o peso esteja bem distribuído e a barrigueira bem ajustada ainda assim você vai querer ter um bom costado e alças bem acolchoadas. Dois outros fatores são importantes nestes itens, o costado além de bem acolchoado deve ser bem desenhado e com uma confecção que permita as costas do usuário respirar sem maiores problemas. O material usado tanto no acolchoamento das costas quanto das alças deve ser macio para evitar que alguma blusa mais frágil seja danificada pelo atrito entre a alça/costado e a roupa – o que acontece com muitas blusas de dry-fit.
  • Barras de estabilização nas costas
Esse item nem sempre é notado quando olhamos ou mesmo pegamos rapidamente a mochila, mas essas barras de metal – que podem ser acessíveis ou não – são fundamentais para o conforto de quem vai transportar muita carga. As barras mantém a mochila reta e assim evitam que os usuários dobrem de forma incorreta as costas, sobrecarregando a coluna. Essas barras são importantes em qualquer mochila acima dos 40-50l, mochilas sem elas costumam ser muito desconfortáveis.
  • Fita de peito ou fita peitoral
A função desta fita é estabilizar ainda mais a mochila nas costas do usuário, ela é importante quando a mochila está carregada e a pessoa está em terreno acidentado. Essa fita deve deslizar pela alça permitindo ajustar a altura dela para que fique mais acima ou abaixo do tórax, esse ponto da regulagem é uma coisa que deve ser levada em conta principalmente pelas mulheres. A fita peitoral no caso de uma mochila usada por uma mulher tem que obrigatoriamente ser ajustável já que não deve ficar por cima dos seios pressionando eles.
  • Capa de chuva
Pode até ser que isso já venha na sua mochila. Mas mesmo que você opte por uma cargueira sem esse acessório reserve algum dinheiro para comprar uma capa de chuva que caiba nela. A capa de chuva, além do uso óbvio, serve para proteger a sua mochila nos bagageiros de trens, ônibus, jipes, etc. Uma mochila sem capa de chuva irá se tornar um grande problema se você for pego de surpresa por uma tempestade durante uma trilha mais longa.

Caso a sua mochila venha com capa de chuva, observe se ela pode ser separada da mochila. Isso será uma boa opção quando você tiver que trocar a capa de chuva ou mesmo lavar a cargueira.

Se a diferença de preço entre as mochilas que você escolheu for muito grande e as características forem as mesmas, opte por aquela que vem sem capa de chuva e compre uma capa a parte depois. Existem boas capas no mercado por preços baixos.


Itens secundários na escolha da mochila cargueira:
  • Porta piolet ou bastão de caminhada
Este item não é de fundamental importância para quem não faz uso de bastões de caminhada ou piolets (aquelas piquetas usadas em escalada na neve/gelo). O uso de piolets pode ser incomum para muita gente, mas os bastões de caminhada são usados por muitos trekkers e acondicioná-los dentro da mochila pode fazer com que eles furem alguma coisa caso não estejam com as pontas protegidas. Portanto pense se este item é ou não importante para você. Para quem vai pra alta montanha o porta piolet é um item importante para facilitar o transporte deste equipamento.
  • Alça de transporte
Não é um item tão importante, mas está em todas as mochilas em geral, vai fazer falta na hora de fazer alguns movimentos durante o transporte da mochila, mas nada que vá lhe prejudicar caso a sua mochila não tenha.
  • Bolso na barrigueira
Esse também não é um item obrigatório, mas lhe ajudará muito naquelas situações onde você precisa pegar a carteira ou algo do gênero e então descobre que nem sempre é fácil tirar o que você quer do bolso quando a sua mochila está nas costas. Algumas coisas que podem ser colocadas nesse bolso durante a caminhada são a bússola, lanterna e pilhas ou algumas besteiras para comer.

Outros itens que merecem ser comentados:
  • Bolsos, em geral, quanto mais melhor. Na maioria das cargueiras bem feitas você encontrará dois bolsos na tampa da mochila, no alto. Um interno e outro acessível por fora, que fica voltado para parte de trás da cabeça do usuário, dentro deste bolso muitas mochilas trazem um bolso telado menor para servir como porta objetos – pilhas, chaves, alguma outra miudeza.
  • Dentro da mochila – pelo menos em muitas delas – existe um bolso grande e bem largo, esse bolso tem a função de carregar itens que estejam úmidos, como toalhas por exemplo. Outra coisa que pode ser carregada nesse bolso é uma lona que para colocar embaixo da barraca.
  • Algumas mochilas são forradas duplamente por dentro para aumentar a capacidade de resistência à água. Esse é um ponto positivo mas não obrigatório. Uma boa capa de chuva ajuda nesta questão.
Dicas:
  • Existem mochilas desenvolvidas para proporcionar mais conforto para as mulheres, com ajustes para se adaptar perfeitamente à anatomia feminina.
  • Existem mochilas que se ajustam ao tamanho da carga a ser carregada. Assim você evita levar materiais desnecessários apenas para preencher espaço na mochila ou que sua carga fique passeando dentro da mochila caso não esteja cheia. Esses ajustes são indicados na capacidade em litros da mochila (exemplos: 35+10L, 50+10L, 60+15L, 75+15L) e são muito úteis.

A organização da mochila é dividida em dois momentos: organizar o material que vai ser levado e colocar o material na mochila. O ideal é que a mochila seja arrumada um ou dois dias antes da saída para viajar. Não tenha pressa para arruma sua mochila, o sucesso da sua caminhada, seu pernoite, seu acampamento, sua viagem, etc, depende da sua paciência.

Portanto a primeira coisa que deve ser feita para se organizar uma mochila é listar todo o material necessário. Uma das coisas mais comuns (e chatas) que acontecem em acampamentos é lembrar que esqueceu de alguma coisa importante. Essa organização, além de ajudar a não esquecer nada, serve para visualisar melhor o volume do equipamento que está sendo separado. Para essa parte existem dois bons métodos, que usados em combinação são ainda melhores: checklist e divisão em grupos.




Se você listar o material sem diferenciá-los terá um monte de equipamentos e não será capaz de dizer se algo ali no meio é útil ou não. Contornar este problema é simples! Divida os equipamentos em grupos, por exemplo:
  • Material de cozinha (panelas, talheres, pratos, fogareiro, isqueiro, combustível…);
  • Roupas comuns (calças, bermudas, camisas, meias e roupas íntimas);
  • Roupas especiais (montanha, mergulho, etc);
  • Calçados (botas, tênis, chinelos, etc);
  • Comida e água;
  • Material de higiene e primeiros-socorros;
  • Material de foto-vídeo (câmeras, tripés, baterias, pilhas, memórias…);
  • Acessórios (lanterna, bússola, mapa, canivete, GPS, óculos escuros…);
  • Material de barraca (barraca, saco de dormir, isolante…);
  • Equipamentos específicos (material de escalada, mergulho, etc);
  • Extras (mp3, um livro, etc. Cuidado com os extras.)
Após separar os equipamentos em grupos sobre a cama ou no chão você será capaz de visualizar muito melhor as coisas e determinar se falta alguma coisa em algum dos grupos, isso acontece porque você não estará olhando para um monte de trecos misturados, mas sim para grupos específicos de itens, facilitando a tarefa.



Quando estiver montando o seu checklist vá separando os grupos já no papel, assim ao arrumar as coisas você separa tudo de forma organizada. Não existe uma lista de equipamentos universal, isso depende muito dos destino, tempo de viagem, atividades e afins. O melhor é partir de um checklist básico.

Um dica para separar as roupas é o chamado "método do toque". Basta encostar em determinada parte do corpo e separar os itens que são utilizados nela. Por exemplo:

  • Mãos: luvas e relógio;
  • Cabeça: bonés, gorros, óculos escuros;
  • Pés: meias e calçados em geral;
  • E assim por diante.
Lembrando que esse método só serve para as roupas, pois não dá conta de materiais como barraca, saco de dormir, equipamentos de cozinha.

Um ponto importante que já falamos, mas vale a pena relembrar é o peso da mochila. Guilherme Cavallari, em seu Manual de Trekking e Aventura, recomenda o seguinte percentual de peso da mochila em relação ao peso do usuário:
  • excelente preparo físico (atletas): até 40%;
  • bom preparo físico: até 33%;
  • algum preparo físico: até 25%;
  • sem preparo físico: até 20%.
Isso precisa ser considerado cuidadosamente, principalmente quando se vai carregar a mochila por vários dias. Também devemos considerar a idade de quem carrega, crianças devem carregar menos peso para não terem problemas.

Já separamos todo o material que vamos levar e agora é só organizar dentro da mochila, né? Não, antes de guardar tudo na mochila temos duas dicas muito importantes.

  1. Enrole suas roupas – Além de dobrá-las direitinho, enrole-as depois, uma a uma, para facilitar na hora de acondicioná-las dentro da mochila. Desta forma, elas amassam menos também!
  2. Guarde tudo dentro de saco plástico – Esta dica funciona bem no Brasil e em lugares úmidos, já que não há nada mais desagradável do que roupa molhada no final do dia. Pior ainda se isto acontecer com a roupa limpa que deveria estar seca e quentinha. Não se esqueça de verificar se os sacos não possuem furos, pois um temporal não perdoa nem mesmo os menorezinhos. E procure separar em embalagens menores ao invés de usar um grande saco para tudo, isso facilita o acesso.

Agora sim, vamos organizar tudo dentro da mochila. A organização da mochila deve ser feita com bastante critério e organização, pois a acessibilidade aos materiais na sua mochila e seu conforto durante a caminhada dependem da sua paciência e experiência nesta prática.

A mochila deve se comportar como um anão de jardim: deve ficar em pé sozinha. O maior segredo é colocar a barraca dobrada em forma quadrada ou retangular no fundo da mochila. Feito isso e estando descalço, comece a cômica cena de adentrar na mochila, e pisotear a barraca no fundo para ela ir assentando. Comece a preencher a mochila pelo seu corpo principal, deixando as bolsas laterais e superiores por último.

É nesse momento como é importante ter todos os itens que serão adicionados à mochila muito bem distribuídos em uma mesa de modo que facilite sua decisão de qual será o próximo item a entrar. E conforme for adicionando as coisas, sacuda a mochila para assentar o conteúdo. Não tenha dó: pode bater a valer. Preencha todos os mínimos espaços vazios encaixando tudo bonitinho, e o mais importante: não deixe nenhuma ponta do que quer que seja. Pontas podem ser muito incomodas e prejudiciais à sua mochila. Uma dica encontrada no blogus é o de usar pratos rasos e colocá-los de pé em forma de escudo na parte que vai às costas, conforto garantido. Se ao final da arrumação sua mochila ficar em pé sozinha (como na foto abaixo), parabéns. Caso contrário, tire tudo de dentro e comece novamente.


Tenha uma lista mental de qual item você irá precisar com mais frequência (headlamp, barrinha de cereal, CamelBak, GPS, casaco corta-chuva etc.). Estes serão os últimos a entrar e ficarão alojados nos bolsos lateriais e tampas superiores. Itens pendurados? Nem pensar! No máximo o boot de caminhada (enquanto você viaja confortavelmente de chinelão ou papete), mas prenda-o com alguns mosquetes, não confie nunca na fita de aperto sozinha.

O bom equilíbrio da mochila nas costas é fundamental para o conforto e desempenho do usuário. A distribuição de peso, e dos equipamentos, na mochila varia conforme o tipo de atividade a ser praticada (Legenda: azul = material leveamarelo = centro de gravidadeverde = material pesadorosa = saco de dormir).
  • Caminhadas leves (terrenos suaves e descampados) - coloque o material pesado o mais alto possível e perto das costas, de forma a manter o centro de gravidade da carga na altura dos ombros.








  • Caminhadas médias (terrenos acidentados e trilhas em mata) e escaladas – Em situações que exigem passos altos, pulos, agachamentos e balanços laterais, o centro de gravidade deve ser baixado para a altura do meio das costas e próximo à mesma. Uma mochila grande, com centro de gravidade alto, pode derrubar seu dono durante um agachamento. Além disso, a colocação do material mais pesado no lugar certo também facilita a operação de colocar e tirar a mochila sem ajuda.



  • Caminhadas difíceis (terreno muito acidentado e mata fechada) e grandes cargas – Em expedições de vários dias ou aproximações de grandes montanhas, pode-se colocar o equipamento pesado no fundo da mochila, o que permite maior liberdade de movimentos e, conseqüentemente, menor desgaste físico durante a jornada.






Uma dica muito importante: nunca, em hipótese alguma, coloque no fundo materiais que possam quebrar e só leve esse tipo de material se for essencial.

 Agora vamos aprender como ajustar a mochila ao corpo e como cuidar bem de sua mochila.

Para regular a mochila muitos fatores são considerados. Elas foram desenhadas e fabricadas sempre levando em conta a resistência dos materiais em sintonia com o movimento do corpo. Todas aquelas fitinhas da sua mochila têm uma razão de ser e existir: foram feitas para proporcionar um ajuste perfeito ao seu corpo. Os materiais empregados e os sistemas de ajuste devem se adequar a estrutura física de cada pessoa. O mais importante é o peso estar sempre apoiando no sentido “para frente” e não inclinado para trás.

As mochilas maiores, chamadas de cargueiras, possuem uma barrigueira acolchoada, que proporciona um conforto maior e conseguem transferir para os quadris entre 80% e 90% do peso total. As mochilas menores, chamadas de ataque, possuem apenas uma fita como barrigueira e sua função é dar estabilidade. A carga, neste caso, fica mesmo nos ombros.

Assista o vídeo abaixo para aprender como ajustar a sua mochila apropriadamente.




Algumas dicas extras:
  • Antes de fazer qualquer dos  ajustes do vídeo, ajuste a distância entre o ombro e a barrigueira (muitas mochilas permitem a regulagem da altura das alças, então certifique-se disso na hora de comprar). A mochila ideal deve ter, do ombro à barrigueira, o comprimento do seu tronco. Só ajuste a cargueira quando já estiver cheia e arrumada.
  • O meio da barrigueira deve estar sobre os ossos da bacia e não acima (o que poderia acabar fazendo a constrição do estômago). É fundamental que o peso fique na barrigueira e não nos ombros.
  • As tirar de estabilização, que ficam em cima, próximo ao ombro, servem para trazer o peso da mochila e seu centro de gravidade para o mais próximo possível do corpo. Ajuste-as para otimizar o posicionamento das alças. Para terrenos muito acidentados é sugerido usá-las mais justa, enquanto para terrenos mais fáceis, pode-se deixá-las um pouco mais soltas.
  • Nem todas as mochilas tem  tiras estabilizadoras na barrigueira (as últimas tiras que foram ajustadas no vídeo). Elas são importantes, mas não essenciais, fazem com que a parte inferior da mochila fique o mais próxima possível do corpo.
  • Durante a caminhada, verifique de tempos em tempos os ajustes, pois é comum a mochila ir se “assentando” conforme o movimento.
Freqüentemente encontramos pessoas que dizem ter a mesma mochila há bastante tempo. As mochilas geralmente agüentam as adversidades encontradas em atividades ao ar livre. Porém, são necessários alguns cuidados e manutenção, para que sua companheira de aventuras dure por muito tempo. Aqui vão algumas dicas simples de manutenção para que a vida útil de sua mochila seja longa:


  • Guarde sua mochila em local seco, fresco e arejado, para evitar a proliferação de fungos, que podem danificar o revestimento interno de resina.

  • Cuide dos zíperes. Limpe-os, lubrifique-os com silicone em spray e não dê puxões fortes. Apare sempre os fios soltos do tecido, para que eles não se prendam no zíper.

  • Após cada caminhada, limpe bem sua mochila, esvaziando e sacudindo todos os compartimentos. Caso ela esteja realmente suja e precise de um banho, lave-a com cuidado, lembrando sempre de não esfregar o lado de dentro. Isso pode danificar o revestimento de resina, fazendo com que qualquer chuvinha molhe o interior da mochila. Por fora, esfregue com esponja ou escova macia, usando sabão neutro. Deixe secar à sombra, pois os raios UV do sol podem danificar o tecido.
  • Acondicione com cuidado os itens com pontas, como fogareiros e material de cozinha. Caso contrário, mesmo que não sejam afiadas, estas extremidades podem provocar furos em sua mochila.
  • Remova restos de comida e migalhas de sua mochila, pois o odor destes alimentos pode atrair animais e proliferar microorganismos, que acabam por estragar o tecido da mochila. Acondicione a comida em sacos plásticos antes de colocar na mochila, pois o cheiro pode atrair animais, mesmo não tendo mais comida na mochila.
  • Use sempre a capa de chuva da mochila, mesmo quando não estiver chovendo. Ela irá proteger a mochila contra sujeiras, arranhões e raios UV do sol. Afinal, é mais barato comprar uma capa nova do que uma mochila nova!

  • Quando você for levantar uma mochila cheia, pegue pelas duas alças simultaneamente, para não causar sobrecarga. O loop entre as alças também pode ser usado.
  • Não aperte demais as tiras de compressão. Isso vai causar esforço desnecessário nas costuras.
  • Mantenha as fivelas e fitas sempre presas para que, se forem pisadas ou enroscadas em galhos e cercas de arame, não sejam danificadas.

Se você seguir essas dicas, sua mochila vai durar muito mais e o risco de ter que fazer pequenos reparos na mochila durante a atividade ou até mesmo usar uma mochila improvisada (como a que está logo abaixo) será muitíssimo menor.

Caso sua mochila rasgue e não tenha condições de ser reparada durante a atividade, o jeito é fazer uma mochila de emergência. Pode-se utilizar qualquer coisa que se tenha a mão e sua criatividade permitir. Um modelo possível é com uma calça que permita uso de cinto.

Materiais necessários:

    • uma calça;
    • uma corda;
    • 2 fitas ou cintos.
    1. Passe a corda nos passantes do cinto;
    2. Amarre forte as pernas com as fitas ou cintos;
    3. Prenda com um nó as outras pontas da fita ou cinto na cintura da alça.

Além de feia, esta mochila improvisada é muito desconfortável e nada prática, então o melhor é cuidar muito bem da mochila para nunca precisar utilizar uma desta.

Fontes:

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