segunda-feira, 4 de julho de 2011

Morcego e planta carnívora dependem um do outro para viver


Pesquisador descobriu que uma espécie de morcego dorme dentro de planta carnívora nativa em forma de jarro. Para retribuir, o animal oferece suas fezes e urina como alimento ao vegetal. O mutualismo - relação entre dois seres vivos de espécies diferentes, onde ambos saem ganhando - foi desvendada por Ulmar Grafe, pesquisador da Universidade Brunei Darussalam.
Morcego (Kerivoula hardwickii hardwickii) e planta-carnívora (Nepenthes rafflesiana elongata)
Ao tentar entender como as plantas carnívoras da espécie Nepenthes rafflesianaconseguiam todos os nutrientes que precisavam para sobreviver no solo pantanoso e pobre de Bornéu, Grafe observou que pequenos morcegos costumavam se abrigar dentro do jarro da planta.

A planta carnívora mantém seu líquido digestivo, usado como armadilha para capturar insetos, dentro do jarro em um nível baixo para não atacar aos morcegos. O animal aproveita o abrigo seguro para defecar e urinar, longe de encarar os restos como um insulto, a planta também tira proveito, digere tudo e obtém nutrientes essenciais à sobrevivência, como o nitrogênio.

Relações mutualísticas entre vertebrados e plantas, exceto síndromes de polinização e dispersão, são raras. Este é apenas o segundo caso de relação mutualística entre uma planta carnívora e um mamífero e o primeiro caso de síndrome de aprisionamento de fezes foi registrado em uma planta de jarro que atrai morcegos.

O estudo, divulgado na publicação especializada Biology Letters, ajuda a mostrar como espécies aparentemente tão distantes dependem uma da outra – e do equilíbrio do ecossistema – para sobreviver.


Nota: Se o líquido digestivo do jarro da planta não fosse mantido em um nível baixo, o morcego não utilizaria a planta carnívora como abrigo, pois seria atacado pelo líquido. Sem que o morcego utilize seu interior como abrigo, a planta carnívora não deixaria o líquido em um nível baixo, pois não há outra vantagem para fazê-lo. A especificidade entre estas duas espécies evidencia a mão de Deus.
Fonte: Blog Cantinho da Unidade

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